dia de cascada

um exagero: tanta caminhada. mas aí que ao grupo se uniu um francês e uma francesa (desses que também se conheceram pelo caminho) e resolvemos que juntos iríamos até a cascada Los Alisos, um dos passeios oferecidos pelas agências de viagens por muitos pesos, mas que a gente se meteu a besta de fazer sozinhos. Andressa que estava mei morta e preferiu ficar no hostel fazendo um pouco de nada e lendo. eu, Marcela e Federico e mais os franceses tomamos um ônibus pela manhã desde o terminal até um pueblito vizinho chamado Las Carreras. descemos no ponto final e subimos uma rua estreita e íngreme entre montanhas e umas casinhas de adobe por mais ou menos um quilômetro (subida subida).

depois se abria uma área íngreme e larga com um tanto de cavalos pastando e o rio à esquerda. um casal que conhecemos no hostel nos tinha avisado que devíamos sempre ficar à direita do rio. encontramos uma trilha adiante (mais ou menos) e de aí sempre subida por um caminhozinho no meio do mato (não sei se pode chamar floresta mas eles chamam bosque; ainda assim são umas árvores bem peladas e com pouca sombra). íamos atrás de umas fitas de sacola plástica amarradas nos galhos pra identificar o caminho.

e claro que desde as casinhas na primeira subida nos seguiu um cãozinho que eu apelidei de chanchito por motivos autoexplicativos. funcionou: ao final da subida surgiu a cachoeira toda enorme e gelada. caía num trecho bem inclinado do rio e por entre as pedras dava pra descer um pouco mais pra ver adiante por onde o rio seguia

pausa óbvia pra almoçar e ficar à toa. a subida no final das contas tinha durado muito menos tempo do que esperávamos, ainda que tenha sido cansativa o suficiente: em menos de uma hora e meia estávamos na cachoeira. sem dúvida descer seria ainda mais rápido, e a gente tinha marcado a volta com dois remises (porque queríamos tomar o ônibus das 19h pra Amaicha del Valle e o ônibus da volta era ou muito cedo ou muito tarde) e ainda era cedo pro horário combinado.

resolvemos descer devagar porque ali muito vento e muito frio; nos metemos em caminhos alternativos e não chegamos a lugar nenhum, voltamos até o lugar em que pastavam os cavalos e ficamos matando tempo em uma pedra até o vento mais uma vez nos expulsar de lá. tocamos pra parte mais baixa do rio e ali terminamos nossa cota de matança de tempo, pra enfim descer a ladeira final e encontrar os remises poucos minutos depois. aí chegar ao hostel com tempo pra descansar um pouco antes de se dirigir à rodoviária e esperar o ônibus que nos levaria a Amaicha (eu, Andressa, Federico e Marcela; os franceses ficavam em Tafí um dia a mais). pela manhã, quando fomos ao terminal tomar o ônibus de linha até Las Carreras, junto conosco saíram do hostel outro casal de franceses que há 17 meses estão viajando pelo mundo numa bicicleta pra dois com uma espécie de porta-malas. seguiam também a Amaicha, o que incluía uma passagem entre montanhas que alcançava 3 mil metros de altitude: a abra del infernillo. dizem que o trecho todo é lindo; quando nosso ônibus saiu já era de noite e na verdade a gente não viu nada.

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