porque pra todas as possibilidades de trekking é baixa temporada e não tem gente suficiente pra fazer. combinei com o Pablo pra gente ir no sábado do dia 30 de agosto fazer a trilha da Quebrada de los Condoritos. aproveitei então uma dessas excursões que vendem nas agências da rodoviária (dessas com mil paradas e um guia fazendo piadinhas no microfone do ônibus) pra conhecer La Cumbrecita e Villa General Belgrano, dois povoados alemães/centro-europeus, bem gringos (e bem lindinhos) no dia 23 de agosto. a vantagem da excursão é que La Cumbrecita por exemplo é muito fora de mão e ônibus pra lá só sai de General Belgrano e pra General Belgrano só sai da cidade de Córdoba. enfim a excursão não era tão cara: 200 pesos (o câmbio oficial está por 3,60 reais, mas eu ainda tinha os pesos que troquei por um equivalente a 5 por 1 em Buenos Aires). era um ônibus grande cheio de gente e um guia cordobês com umas piadinhas bem ruins e machistas, mas ok, vamos que vamos. o dia depois de uns chuviscos de madrugada amanheceu todo neblinoso e a primeira parada em Alta Gracia foi, digamos, blancusa. a cidade de Alta Gracia tem uns 50 mil habitantes, segundo o guia, mas naquele sábado estava quase deserta. ali tem o museu-casa do Che e é um lugar que surgiu de ocupação jesuíta, e talvez por isso tem toda uma pinta de cidadezinha do interior paulista. o centro tem a igreja, a praça, um lago artificial. achei tudo muito gracinha. segunda parada: dique Los Molinos. neblina neblina. dava pra ver pouco. o cenário tem sua beleza, assim, mas sem dúvida se vê menos do que seria um dia de sol. comprei queijo com aji molido (tipo chili). hm, queijo. aí enfim rumo a La Cumbrecita. no caminho o ônibus vai passando por umas vilas lindas: Villa Anisacate, La Bolsa, Los Aromos. todos lugares que eu tenho vontade de voltar com calma e conhecer e perguntar quanto custa o aluguel. me apaixonei por essa região toda; o nome é Valle de Calamuchita (fica mais ao sul de Carlos Paz e do Valle de Punilla). La Cumbrecita é um povoado inesperado no meio das montanhas, a cerca de 1400 metros de altitude. carro só circula em horários determinados e durante o dia é uma vila de pedestres. todas as placas são de madeira e na verdade há qualquer coisa ali que faz parecer uma vila de mentira, um grande cenário. assim que chegamos as nuvens se dissiparam. ou estávamos acima de todas elas. fato é que fazia sol, e estava calor.
estava rolando um evento de corrida e a vila estava cheia de gente, atletas e simpatizantes, e pelas ruas e caminhos sempre passava alguém num trote esbaforido com a camisa da competição e o número pregado na barriga (porque veja bem que estamos no meio das montanhas e muitos altos e baixos). tínhamos três horas pra gastar por ali. peguei informações no centro de turistas e com o mapa fui atrás das trilhas que levam a pontos de balneário do arroyos que passam nos limites do povoado. tinha levado o que sobrou da pizza que fiz na noite anterior e comi feito sanduíche num desses pontos na beira do rio. porque almoçar por ali me sairia muito caro e me tomaria muito tempo.
as três horas bastaram pra conhecer toda a vila, mas claro que é lugar pra se ficar uns dias. as fotos da excursão estão publicadas no álbum do Valle de Calamuchita! então subir no ônibus e seguir para Villa General Belgrano: segundo lugar mais alemão da América do Sul, parece, perdendo justamente para Blumenau. inclusive terceira maior oktoberfest do mundo, perdendo claro pra qualquer cidade alemã de verdade (não sei qual é) e Blumenau (a segunda maior do mundo). inclusive o povoado já está todo pronto pra outubro.
passa ali o arroyo Los Sauces, que é uma gracinha (vê-se que eu sempre fujo do centro e vou atrás do rio).
ali tínhamos só uma hora, que eu usei pra ir até o rio e comprar umas cervejas artesanais (tem tipo 50 mil marcas de cerveja artesanal, e eu escolhi portanto aquela que aceitava cartão de crédito). depois subir no ônibus e bora voltar a Villa Carlos Paz. ufa ufa.