o outro Walser

encontrar, no prefácio a Berlin Stories, do Robert Walser, outra versão do escritor, que nos últimos anos a crítica resolveu ressuscitar; porque não aquele Walser que morreu no sanatório durante uma caminhada pela neve numa noite de natal, não o que escrevia numa letra tão miúda que foram anos para desvendar suas historietas escritas em embalagens de pão. que é o outro lado da figura do outsider: o lado da criança que brinca, um jovem sem noção numa Berlim enorme, desastrado que falava sem pensar e nas festas comia para além do socialmente aceitável. e afinal uma versão que convive muito bem com a versão mais séria encontrada com mais frequência talvez porque afinal Walser era um tipo meio cronópio, exageradamente cronópio, com a solidão que convém aos cronópios em um mundo de famas e esperanças.

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