voltas em coquimbo

muitas voltas; pense uma cidade de porto com morros. do ônibus pela rodovia (e também desde a praia de La Serena) o que se vê é a tal da Cruz del III milenio no topo do morro mais alto (na verdade são uns dois morros). também se vê bem a mesquita que está mais perto da entrada da cidade. descemos no começo do porto e ficamos vendo os pelicanos (miles de pelicanos) causando pela praia. caminhamos um pouco mais e topamos com ainda mais pelicanos, e gaivotas, e outros pássaros não identificados, todos eles alheios a nossa presença, e uma banca de peixe fresco no meio de todos eles. o dono da banca não podia distrair um segundo que era perda na certa.

seguimos pelo porto até sair na praça principal, onde um grupo de professores em greve se reunia; um deles estava no palco adiante de um grupo com um cartaz, e gritava, como bem sabem gritar os professores, sobre a necessidade de uma educação pública no Chile, e sobre o encontro que ia acontecer no dia seguinte. de lá nos metemos no posto de informação turística pro Fernando ter seu mapa. a mocinha mui simpática nos sugeriu um roteiro de caminhada e recomendou o bairro inglês, o forte de Coquimbo e a tal da cruz (e porque segunda-feira nenhum museu aberto). começamos pelo bairro inglês porque era mais perto. são essas casinhas de teto de chapa, parece de chapa, porta de madeira… cara de porto inglês, embora o nome do bairro venha do fato que moravam ali muitos europeus de todos os lados, que usavam o inglês como língua comum.

isso ficamos sabendo porque nos metemos no centro cultural (foto acima) e um sujeito mui simpático (a mão da outra foto) nos fez um tour pelo centro e pelo bairro e nos indicou lugares pra comer e tudo. podem ser mui simpáticos os chilenos quando não estão de mau humor (muitos chilenos de mau humor). depois de comer então tomamos um coletivo (táxi compartilhado) até o forte de Coquimbo que … woosh. genial.

claro que perdemos um montão de tempo ali tirando fotos de aves e leões marinhos e da água azulzinha do oceano Pacífico (como sempre manhã nublada e tarde de céu azul). nos metemos nas pedras e ficamos ali, ouvindo, observando, pensando putz que incrível que é Coquimbo aquela cidade feia do outro lado da baía. depois finalmente era hora de sair e caminhar um pouco. e caminhamos: fomos nos metendo morro acima pra encontrar a tal da cruz, que não chegava nunca. pelo menos encontramos algumas placas indicativas, e quando a placa falhava aparecia algum chileno prestativo pra dizer que por ali é mais rápido. há algo de curioso nesse fato de que no Chile a gente do comércio é quase sempre muito tosca e a gente que está passando pela rua sempre tem vontade de ajudar um turista perdido e chega indicando caminho sem você nem precisar pedir. na verdade caminhar a nível do mar parece um pouco fácil demais depois de ter sentido o que é caminhar a quatro mil metros de altitude. ainda assim tinha sol e vento e a gente fica cansado também. fato é que enfim chegamos, e ali estava a cruz gigantesca com uma igreja na base e dois patamares de miradores.

pagamos a entrada de 2 mil pesos chilenos pros mirantes e nos dirigimos ao primeiro elevador

dali se vê bem a vontade que Coquimbo tinha de ser uma ilha; ficou presa ao continente por um pedaço de terra. e essa cor de mar assim tão azul meu deus. o segundo mirante são os braços da cruz. confesso que não fiquei muito feliz sabendo que estava caminhando sobre um troço suspenso no ar. de qualquer forma a vista dali é bonita mas tem vidro e janelas mais ou menos pequenas, o que tira um pouco a graça da coisa. ficamos menos tempo ali do que no outro, só pra identificar algumas coisas indicadas no mapa turístico.

aí descemos e gastamos mais tempo no mirante de baixo conversando com o rapaz que operava o elevador. depois recomeçar caminhada e descer de volta à praça, ao porto, à avenida da entrada da cidade. Fernando queria visitar a mesquita e basicamente atravessamos a cidade pra chegar e topar com a mesquita fechada. já eram quase seis da tarde. paf. restou voltar pra avenida e esperar o ônibus, e no ônibus cochilar um pouco porque fazia um solzinho agradável e essa coisa de siesta eu acho que é meio contagiosa, sei não.

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