tudo o que cresce precisa de muito tempo para crescer

E eu sem fazer nada, raios partam, adianto estas crónicas para ter espaço, mas as crónicas são um galope diferente, que me seca a cadência do livro e me atrapalha o ritmo. O segredo de escrever é ser estrábico, ter um olho na bola e outro nos jogadores. Em miúdo espantava-me que os olhos dos lagartos fossem independentes um do outro, mas quando comecei nesta vida descobri-me lagarto numa pedra, à coca, muito quietinho, rodando as pupilas para sítios diferentes, guloso da mosca de uma frase. Descobri também que o passado é a coisa mais imprevisível do mundo, não pára de se transformar.

via aeiou.visao.pt da crônica do António Lobo Antunes (gênio). vão ler.

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