o caminho pelas Altas Cumbres é uma belezinha. essa mistura de verde e pedras e montanhas e embora eu estivesse numa janela no fundo do ônibus e a turma toda com as cortinas fechadas por causa do sol forte do fim do dia algo se podia ver do percurso.
quando apareceu finalmente o vale de Traslasierra e o ônibus foi serpenteando pela encosta da montanha eu já estava meio apaixonada pela região. tem lugares que são assim: você nem conhece direito e já te agarram, te chamam. é amor à primeira vista. foi assim com Mina Clavero. estava ali o vale e eu pensava que estava chegando em mais um lugar pra pôr na minha lista de lugares para morar. também quando o ônibus entrou no povoado e parou na rodoviária; eu desci, peguei minha mochila e me meti no escritório de informação turística pra descobrir como chegar ao hostel (celular já estava morto). mocinha mui simpática me explicou o caminho e indicou ainda outros dois hostels pro caso de aquele não funcionar. então pus os pés numa das avenidas principais e… estava mesmo apaixonada por aquele lugar. não tem nada demais. é um povoado turístico como são todos ali pelas serras de Córdoba, mas. algo. atravessei uma ponte, tomei a esquerda e pela outra avenida principal cheguei ao hostel Andamundos. me recebeu o dono que me explicou como tudo funcionava etc. era quinta-feira pré fim de semana emendado (segunda-feira seria feriado) mas por enquanto Mina Clavero estava bem tranquila. saí pra caminhar, tirar dinheiro, comprar comida. mandei mensagem ao suíço e disse que venha sim que o lugar é lindo o hostel é massa. de fato a turma do hostel ajudou a criar uma boa primeira impressão. já me juntei com uma alemã pra fazer uma salada que comemos junto de um casal de poloneses (dois personagens) que nos ofereceram um pouco de macarrão com molho branco de espinafre e roquefort. o rapaz que cuidava do hostel pela noite e pela manhã era um tipo mui buena onda e matei um tempo conversando com ele enquanto ele limpava um dos quartos.
no dia seguinte pela manhã acompanhei Nacho (o do hostel), mais outros três de Buenos Aires (um rapaz e duas meninas) ao Nido de Águila, um balneário do rio Mina Clavero que é um troço lindo apesar de uma água fria de matar.
nem dava pra acreditar muito que aquele lugar ficava só a alguns minutos de caminhada do hostel. ficamos bem à toa, fizemos um piquenique, tomamos mate e comemos amendoim. o sol ia fazendo sua curva e a gente ia se metendo cada vez mais pra dentro da pedra onde a sombra se encolhia com o passar do tempo. me meti na água umas duas vezes, a segunda sem pensar muito um pouco antes de ir embora. a água tinha esquentado um pouquinho com a tarde. não muito. voltei ao hostel ainda mais apaixonada por aquele lugar.