passeios em mina clavero e arredores

a semana em Mina Clavero foi bastante agitada. que é quando se junta uma turma com pilha pra se deslocar pra todo lado e bueno, se está a companhia a gente aproveita. também porque eu já tinha descansado um tanto em San Marcos e Valle Hermoso e está bem passar uns dias ocupados. no sábado de manhã me juntei à turma do hostel pra visitar Villa Las Rosas, alguns quilômetros ao sul de Mina Clavero. é o dia da feira de artesanatos e comida (principalmente comida) e… uh, quanta comida. empanadas gigantes, estranhas opções vegetarianas, um tipo que vendia tacos e ficou cantando samba tocando um pandeiro quando descobriu que eu era brasileira. difícil foi escolher. mais ainda porque eu não ia ficar muito tempo (tinha prometido ao Oliver, o suíço, que o encontraria na rodoviária de Mina Clavero e ele chegava às três da tarde). depois de uma empanada de queijo e um sanduíche em pão de farinha de milho (tipo uma tapioca de milho) com um monte de coisa dentro, tomei de volta o ônibus e na rodoviária de Mina Clavero esperei um pouco até que aparecesse o Sierra Bus em que vinha Oliver. o tempo de chegar ao hostel acomodar-se etc foi também o tempo de voltar a turma e tocamos todos mais uma vez ao Nido de Águila, que dessa vez estava lotadaço.

nos metemos rio acima nadando até encontrar uma passagem por baixo de umas pedras, uma queda mei sem vergonha de água por entre outra pedra enorme que se fazia de teto equilibrada entre outras duas. chegamos a uma praiazinha e ficamos ali batendo papo. não tem foto porque, enfim, só dava pra chegar ali nadando e a câmera não sabe nadar. era a noite de lua cheia então decidimos esperar que fosse o sol e subisse a lua.

antes ainda nos metemos mais uma vez na água quando já estava escuro e o balneário estava praticamente vazio. a água já estava bem mais quentinha depois de todo um dia de sol forte. no topo das pedras mais altas (de onde uma turma bem louca costuma saltar já que a piscina que se forma naquele pedaço é profunda) tinha umas outras pessoas esperando a lua. a volta foi meio aos tropeços porque Oliver estava com fome e não tinha muita paciência pra esperar que a lua subisse o suficiente pra iluminar o caminho. mas ok, alcançamos o povoado e as ruas com iluminação. dia seguinte eu e Oliver enfrentamos uma caminhada: Nacho nos sugeriu um balneário chamado Las Maravillas, seguindo ao norte, que teoricamente ficava a 5 km de distância mas depois que já havíamos caminhado uns 3 km perguntamos a uma moça no caminho e nos disse que faltavam uns seis. estava boa a conversa mas o sol estava matando; por isso parecia mais longe? no final das contas acho que caminhamos menos de duas horas.

e na verdade nem entramos na água. eu meti os pés e lavei a cara, mas tinha ali uma sombrinha boa pra ficar olhando o tempo passar discutindo a vida e as crises e o ego. quando voltamos à órbita da terra a barriga estava roncando e nem tínhamos tanta comida assim. alcançamos a estrada principal e conseguimos uma carona esperta que nos deixou na porta do hostel. almoço saiu às 18h. chamamos Lisa, a alemã, pra comer com a gente; o casal de poloneses tinha feito um super arroz amarelo e fizemos um lindo intercâmbio culinário. se no dia seguinte o plano foi visitar o povoado de Nono pra não caminhar tanto falhamos miseravelmente: da parada de ônibus até o famigerado museu Rocsen eram uns 6 km sob o sol. morremos um pouquinho mas ok. que o Oliver tem essa mania de gringo de levar uma garrafa gigante de água debaixo do braço pra todo lado, então de sede não sofremos (muito; porque claro que a água estava quente em dez minutos). foi uma linda caminhada. na entrada do museu comemos alguma porcaria pra restaurar as energias antes de enfrentar o infinito acervo de… coisas. o Rocsen é um museu de COISAS. que coisas?, você pergunta. TODAS as COISAS.

Oliver achou que faltavam coisas sobre sexo e eu achei que faltavam coisas sobre futebol. não sei se isso diz algo sobre o colecionador ou sobre nós mesmos. estamos na Argentina CADÊ FUTEBOL. mas COISAS. porque é um museu particular, de um maluco que por mais de 50 anos foi colecionando coisas. me pergunto o quão neurótico tem que ser o sujeito pra ir acumulando tanta tranqueira. há algo de curioso em tudo aquilo e afinal pagamos os 50 pesos pra entrar, mas ainda assim é bastante assustadora essa incapacidade de deixar o passado morrer um pouquinho. são coisas, afinal. a volta caminhamos pedindo carona e conseguimos uma que nos deixou direto em Mina Clavero. ufa ufa. caminhamos só um pouquinho até a avenida San Martin, compramos empanadas e seguimos ao Nido de Áquilo porque depois de tanto sol na cabeça tudo que a gente queria mesmo era um pouco de água fria. estava cheio pelo feriado e inclusive uma turma com bastante fernet com coca na cabeça fazendo bagunça, mas nos escondemos um pouco pra saltar no rio e depois dar uma cochiladinha. o plano pro dia seguinte era acordar às sete e visitar o Parque Nacional Quebrada de los Condoritos. Nacho ia deixar algumas coisas do café da manhã pra gente comer antes que ele precisasse acordar. fizemos um guacamole genial que matamos com o que tinha sobrado do macarrão do dia anterior e tomamos um pouco de vinho junto da turma que estava do lado de fora fazendo mais uma noite de asado.

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